Por Elisa De Biase Hopman
Sabemos que a adaptação dos aparelhos auditivos é o início de uma possibilidade para melhorarmos a audição de uma criança que teve o diagnóstico de perda auditiva. Mas não são todos os ambientes que favorecem uma acústica ideal para o entendimento da fala, principalmente na escola, onde a necessidade de atenção e escuta é grande, mas os ruídos são muitos!
Portanto, o sistema de transmissão sem fio, ou sistema auxiliar de escuta (conhecidos popularmente como sistema FM) é uma tecnologia que dá a possibilidade de a criança ouvir num ambiente não tão propício acusticamente pois ele permite a melhora do sinal x ruído, otimizando a percepção de fala e diminuindo assim a distância entre o interlocutor e o ouvinte.
Atualmente, outras tecnologias estão sendo usadas (Esturaro et al 2016). Uma delas é o sistema adaptativo, que mesmo tendo outro tipo de tecnologia, possui o mesmo benefício do FM com a vantagem de possibilitar melhora na qualidade do sinal x ruído e maior clareza na fala do interlocutor.
O FM pode ser usado nos dois dispositivos: aparelho auditivo e/ou implante coclear. Vem acompanhado de um transmissor e um receptor. O transmissor tem um microfone sem fio e fica com quem fala e o receptor se encaixa no aparelho auditivo da criança. A fala que é captada pelo microfone é enviada para o receptor que está no aparelho auditivo. (Bertachini et al 2015).
Desse modo, o uso do FM na escola é muito necessário, pois a fala do professor estará mais clara e com menor competitividade de ruídos e reverberações, garantindo ao aluno um aproveitamento muito melhor das aulas. Além do aluno com deficiência auditiva ser beneficiado, a criança sem perda auditiva periférica que apresenta um deficit de atenção e/ou desordem no Processamento Auditivo Central (PAC) também pode aproveitar dos benefícios deste sistema. (Lemos et al 2009)
O sistema FM pode ser usado fora do ambiente escolar, em situações como brincadeiras ao ar livre, conversas no carro (principalmente quando o paciente estiver conversando com o motorista no banco de trás) ou durante algum evento social. Inclusive, de acordo com uma postagem do perfil @terapiaauditivaverbalportugues, que cita Jane Madell: “90% do que as crianças aprendem, o fazem “ouvindo por acaso”. Se os filhos não ouvem seus pais quando estão a poucos metros de distância, eles não têm a capacidade de ‘ouvir por acaso’. Microfones remotos permitirão que eles ouçam à distância e com ruído competidor”. Essa ideia reforça a importância e os efeitos do uso desses sistemas mesmo fora da sala de aula, facilitando o aprendizado incidental da fala.
Quer saber mais sobre os sistemas auxiliares de escuta? Esse é o tema da palestra da Prof. Dra. Regina Tangerino no nosso simpósio. Nessa ocasião você poderá aprender e tirar suas dúvidas! Faça sua inscrição pelo link: https://www.sympla.com.br/surdez-e-escuta-simposio-internacional-multidisciplinar-sobre-surdez-na-infancia__987117